"Sai depressa pelos becos da cidade e traze aqui, para a grande ceia no céu, os pobres, aleijados, cegos e os coxos" Lucas 14: 21
As pessoas do mundo atual estão tão focadas em fazer análises exteriores, que acabam dando forma a uma humanidade vazia, sem essência em valores morais e éticos.
No mundo atual, o belo, o bonito, o perfeito, o rico, além de inúmeras outras conotações de posses e status, passaram a ser sinônimos de felicidade.
É estranho, mas embora não seja algo fácil de ser admitido, essa ideologia acabou entrado pelas portas das igrejas evangélicas, com o consentimento até mesmo dos que se confessam cristãos.
Quem nunca viu paralíticos, cegos e pobres serem rotulados de infelizes? Quem nunca viu pobres, aleijados e cegos serem olhados com desprezo por serem, quem sabe, "amaldiçoados"?
Qualquer destes, estando presente em algumas reuniões religiosas, seriam convidados a se arrependerem dos seus pecados, para assim alcançarem felicidade, prosperidade, cura e até mesmo salvação.
Por vezes temos uma compreensão bem rasa das maneiras que Deus opera, de Seu propósito para a vida de cada um. E por esta razão nosso julgamento a respeito de fatos e pessoas não é seguro, sendo muitas vezes injustos e totalmente contrários ao que a Bíblia nos ensina.
Deus não julga segundo a aparência. Ele é perfeito, como também é o seu julgamento: O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração".I Samuel 16:7.
O verso de Lucas 14:21, nos revela Deus recebendo no Seu Reino pobres, cegos, coxos, aleijados. Eles não precisaram ser transformados na aparência, para serem considerados dignos de adentrarem no Reino de Deus. Foi a essência deles, isso sim, que os tornou dignos diante do Criador; e isso, pela fé e obediência a Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo possuía um "espinho na carne". Seria algum tipo de enfermidade que o incomodava muito e que o tornava, de certa maneira, num homem fraco. Em sua carta aos Gálatas, Paulo diz: "Vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, não me revelaste desprezo, nem desgosto..." Gálatas 4: 13 e14..
Deus transformou Paulo, mas deixou nele um “espinho”.
Não vamos aqui avaliar e nem concluir as razões de Deus para ter feito isso. Contudo o que esse homem ganhou em vida e na morte, foi o que de melhor poderia acontecer. A graça de Deus favoreceu Paulo de tal forma, que sua vida é um referencial de graça e poder Divino.
“A minha graça te basta, Paulo. Porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. II Coríntios 12:8
É por causa dessa crucial diferença entre parecer feliz e ser feliz de fato, que a Filosofia tem se aprofundado na busca do verdadeiro sentido do que seja "o mau".
A interpretação teológica e Bíblica deste conceito também incomoda a Filosofia, pois o que parecer ser “mal” segundo a Bíblia nem sempre é. Vejamos o exemplo da Cruz, onde o sofrimento e morte de Jesus poderiam ser considerados tragédia, crueldade e injustiça. Mas foi através desse sofrimento que os homens receberam o direito à remissão dos seus pecados e conseqüentemente a salvação de suas vidas.
Além disso, temos a passagem no Evangelho de João 9, onde Jesus caminha e se encontra com um homem cego de nascença. Os seus discípulos lhe perguntam, dizendo: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Jesus prontamente responde: “Nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”.
A Graça de Cristo nos basta!
Que esta verdade seja como a luz de um farol em nosso coração, para que as “neo-teologias” não nos engodem e distorçam alguns princípios da nossa vida cristã: combater o bom combate, terminar a carreira e guardar a fé, olhando sempre para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus Cristo, sem nos desviarmos para as propostas mundanas da direita e da esquerda.
Que Deus te abençoe.