Vivemos uma época de diversidade de conceitos sobre o casamento. Muitos casais, auto-intitulados "modernos" aderem a esses conceitos, entre os quais eu destaco o do "casamento experimental".
Por conseqüência da prática deste conceito, é comum encontrarmos homens e mulheres cheios de frustração, deprimidos e rendidos às fatalidades da vida.
No livro do profeta Oséias, no capítulo 4 e verso 6 está escrito: "O meu povo perece por falta de conhecimento!"
Os sentimentos mais nobres que norteiam o matrimônio estão baseados no amor mútuo, no companheirismo e na lealdade, seguidos de um compromisso de vida à dois. Por esse ângulo entendemos que o amor sem compromisso vale tanto quanto o ódio.
O nosso Deus é Deus de propósitos e, por isso, ao estabelecer o casamento, instituiu três propósitos básicos para mantê-lo:
1) Para que o casal seja uma unidade.
Ao unirem-se em matrimônio o marido e a mulher passam a ser uma só carne, como está escrito no evangelho. Respondeu-lhe Jesus: “ Não tendes lido que o Criador os fez homem e mulher desde o princípio, e que ordenou: por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua mulher e serão os dois uma só carne. Portanto o que Deus uniu, não separe o homem”.
Esse é o princípio que deve ser praticado pelo casal. O Senhor Jesus, em sua oração sacerdotal pede que sejamos um, assim como ele é com o Pai - João 17:11-21.
O apóstolo Paulo reafirma que os maridos devem amar as suas esposas como Cristo amou a Igreja - Efésios 5: 25,26, e que as esposas devem amar os seus maridos como a Igreja deve ser dedicada a Cristo.
Este princípio ensinado por Cristo, leva-nos a entender que quando o esposo trata a esposa com amor verdadeiro, à maneira de Cristo, esse facilita para que a esposa lhe seja submissa. Quando a esposa aceita a submissão ao marido - não como escrava, mas como companheira - encontra facilidade em obter o amor do seu marido.
O desejo de Deus para um casamento abençoado é, sobretudo, que exista um perfeito equilíbrio na relação, pois apesar de serem uma só carne é necessário que exista respeito a individualidade de cada um dos cônjuges.
Este respeito é um dos alicerces para que os dois sejam um.
2) Para que o casal seja feliz.
Um dos princípios bíblicos para o casamento é que devemos viver intensamente a vida conjugal com alegria. O livro de cantares de Salomão dá-nos esse exemplo, mostrando toda beleza de um relacionamento ideal entre o homem e a sua mulher.
O amor definido no livro de Cantares não mostra um sentimento passageiro com relação a tudo que traz prazer e poesia ‘a vida, quando diz: “ É melhor do que o vinho” e “ Do teu amor nos lembraremos mais que o vinho, não é sem razão que te amam”. O vinho, aqui descrito é apenas uma alegoria, e o que o autor deseja exprimir nessa comparação é uma efusão de alegria que deve existir num relacionamento conjugal abençoado por Deus - Cantares 1:2 e 1:4.
O amor conjugal deve ser como um banquete de almas, uma celebração de alegria pelo prevalecer de dois seres sobre o egoísmo indômito, adversário daqueles que desejam ser apenas um.
Esta alegoria representada pelo vinho, em Cantares, é a mais bela expressão que o casamento pode representar.
3) Para que o casal seja multiplicativo.
Deus quer que os filhos venham ao mundo numa atmosfera de alegria e amor e sejam eles os frutos do amor. Os filhos, à medida que vão crescendo, vão se espelhando na vida diária dos seus pais; sentindo alegria quando esses mostram alegria, felicidade e proteção, mas sobretudo amor quando vêem isso neles.
O maravilhoso relato sobre o relacionamento de Deus para com o ser humano, e de um ser humano para o outro, se encontra logo nos primeiros capítulos da Bíblia Sagrada - Gênesis 1:26-28. Também a narrativa de sua criação segundo a imagem e semelhança de Deus - Gênesis 2:22.
A mensagem do texto mostra claramente que Ele a criou a mulher cuidadosamente com propósitos específicos. Adão, fora criado do pó da terra, mas Eva, de sua costela. Vejamos que Eva , tirada da costela de Adão, dá-nos a nítida certeza de que fora criada para ser sua companheira e adjutora.
A primeira reação de Adão ao despertar-se do sono foi:
"Esta é afinal, ossos dos meus ossos e carne da minha carne" - Gênesis 2.23
Observe que Adão não disse: Ótimo! Agora terei alguém para recolher as coisas que deixarei espalhadas, fazer as tarefas do lar ou me servir em tudo o que precisar! O texto ainda acrescenta:
"Por isso deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se unirá a sua mulher e serão os dois, uma só carne" - Gênesis 1.24
No projeto da graça de Deus estava previsto que eles deveriam respeitar a individualidade um do outro, entendendo que eles próprios seriam a expressão mais pura do amor e satisfação de Deus para toda a humanidade.
O casamento sob a graça divina é aquele que vive sob o serviço e a dependência Daquele que o criou; ou seja, o próprio Deus. Somente através desta submissão os casamentos do presente século não submergirão nas adversidades e inconstâncias dessa vida.
Sujeite o seu matrimônio à Deus e viva as abundantes riquezas resultantes desta atitude.
Que Deus te abençoe.