A tentação entre os homens é um
problema universal. Tanto salvos quanto não salvos, crianças ou adultos, ricos
ou pobres, elegantes ou brutos sabem o que é tentação.
Tentação em geral é usada por
Satanás para destruir moral e virtudes. A tentação sempre tem o objetivo de
induzir ao pecado. Satanás é a fonte maior de tentação. Ele não tem como fazer
diferente. Por isso a Bíblia fala dele como o Tentador (Mt 4.3; I Ts 3.5),
Homicida, pai da mentira (Jo. 8.44) e Diabo (Ap 12.7-10; Mt 4.1) nome que
significa acusador ou difamador. Ele usa o mundo e a carne, seja a nossa ou de
outros, para que haja pecado e destruição (I Jo 2.16, “Porque tudo o que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não é do Pai, mas do mundo.”).
É importante frisar que ser
tentado não é pecado. A tentação torna a ser pecaminosa quando cedemos a ela
(Tg. 1.13-14, “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua
própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o
pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”).
Jesus Cristo foi tentado e a Sua
tentação não foi considerada pecaminosa (Hb. 4.15, “Porque não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como
nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”; Mt. 4.1-17). Quando tentado, temos
duas opções: ou caiamos ou não.
É importante que saibamos também
que provação é o que Deus usa para desenvolver a fé dos cristãos. Às vezes a
Bíblia usa a palavra tentação quando é uma provação (Tg 1.2; I Pe 1.6). Para
saber se uma determinada aflição é de Deus ou não, examine os seus frutos.
Se a aflição assemelha ainda mais
o cristão à imagem de Cristo, pode saber que vem de Deus. Se for para a
destruição do Cristão não vem de Deus.
Deus sempre busca o melhor para o
Seu povo (Rm. 8.28, “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito.”). Deus nunca busca nada mal para os Seus (Tg 1.12-13,
“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado,
receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal, e a ninguém tenta.”).
Êxodo 20.20, diz: “E disse Moisés
ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja
diante de vós, afim de que não pequeis.”. Diferentemente da tentação, não temos
opção diante das provações. Elas vêm a nós se quisermos ou não. Porém, como a
tentação, a nossa reação à provação depende em nós.
Agora, devemos aprender que cada
tentação produz um vencedor ou um vencido.
Os VENCIDOS são os que estão do
mundo e não têm a salvação por Cristo - Jo 8.44, “Vós tendes por pai ao diabo,
e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o
princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da
mentira”. Por desejar a vontade de Satanás compartilham com ele e o seu fim
(Ap. 20.7-15; Hb. 2.14; Rm. 6.16).
Todos os homens começam suas
vidas neste mundo mortos para o bem: Rm 3.10-18; 5.12, “Portanto, como por um
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens por isso que todos pecaram.”
Todos andam segundo o curso deste
mundo que segue as ordens do príncipe das potestades do ar (Ef. 2.2-3, “2 Em que
noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da
ira, como os outros também”). Por isso são vencidos pela tentação. Não têm como
resistir àquele que satisfaz a concupiscência.
Somente pela misericórdia e o
grande amor de Deus existe a salvação desta escravidão, desta morte do pecado:
Rm. 5.15, 16, 18, “Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se
pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela
graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.”; 16, “E não
foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma
só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas
ofensas para justificação.”; 18, “Pois assim como por uma só ofensa veio o
juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.”; Rm 8.1,
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que
não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.”; Ef 2.1-10.
Os VENCEDORES são os que estão no
mundo, porém têm a salvação por Cristo – I Jo 5.4-5, “Porque todo o que é
nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa
fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de
Deus?”
O Espírito Santo habita no
cristão e guerreia contra a carne. Quando o cristão anda no Espírito, não
cumpre a concupiscência da carne (Gl 5.16, “Digo, porém: Andai em Espírito, e
não cumprireis a concupiscência da carne”). Por isso, Jesus Cristo instrui o
cristão a vigiar: Mt 26.41, “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”
Os VENCEDORES lutam contra a
carne, o mundo e as tentações de Satanás. A vitória está em Jesus Cristo: Rm.
7.20-25. Essa vitória vem pela graça de Deus: I Co. 15.10. Por Deus amar a
benignidade (Mq. 7.18, “Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e
que passa por cima da rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua
ira para sempre, porque tem prazer na sua benignidade.”) somos mais que
vencedores: Rm. 8.37.
Às vezes o cristão é
surpreendido em alguma ofensa (Gl 6.1).
Quando o cristão peca, ele não volta ser dominado pelo pecado e também não
perde a salvação. Todavia ele perde a comunhão com Seu Pai celestial. Para
voltar a ter a comunhão é necessária a confissão e abandono do pecado,
constantemente: I Jo. 1.7-10, “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está,
temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos
purifica de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a
nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é
fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a Sua Palavra não está em
nós.”; Pv. 28.13, “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o
que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.”; Cl. 2.6-7, “Como, pois,
recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, arraigados e
edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela
abundando em ação de graças.”
A tentação é igual ao próprio
tentador que a usa, ou seja, enganadora. A percepção da sua natureza enganadora
é velada. No lugar da verdadeira percepção da natureza enganadora de toda
tentação é uma mentira que ela não é nociva, mas inocente e admirável. Portanto
a natureza da tentação é enganadora.
A tentação é como as
concupiscências, que são incitadas, ou pela carne onde habitam ou pelos dardos
inflamados do Tentador. As concupiscências atraem-nos para o pecado com
promessas vãs. Portanto podemos saber que a natureza da tentação é mentirosa.
A natureza da tentação é igual ao
seu resultado, ou seja, destruidora. Ela provoca o pecador manter-se separado
de Deus e o Cristão viver menos para a glória de Deus. Satanás e todos os que
são enganados por ele serão lançados no lago de fogo (Ap. 20.11-15). Que
terrível fim! Portanto podemos saber que a natureza de tentação é destruidora.
Portanto, devemos buscar
diligentemente a sabedoria: Pv. 2.1-9, “Filho meu, se aceitares as minhas
palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, 2 Para fazeres o teu ouvido
atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; 3 Se clamares
por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, 4 Se como a prata a
buscares e como a tesouros escondidos a procurares, 5 Então entenderás o temor
do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus. 6 Porque o SENHOR dá a sabedoria;
da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. 7 Ele reserva a
verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na
sinceridade, 8 Para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho
dos seus santos. 9 Então entenderás a justiça, o juízo, a equidade e todas as
boas veredas.”
Saberemos mais sobre a natureza e
as consequências da tentação se gastarmos mais tempo nas Escrituras e com
oração (Mt. 26.41). A luz que ilumina o entendimento vem da Bíblia: Sl. 19.8,
“Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é
puro, e ilumina os olhos.”; 119.105, “Lâmpada para os meus pés é Tua palavra, e
luz para o meu caminho.”; 73.17, “Até que entrei no santuário de Deus; então
entendi eu o fim deles.”; Pv. 6.23, “Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é
luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida”
Quanto maior o tempo dedicado às
Escrituras, maior conhecimento terá sobre as tentações. Quanto maior é o
conhecimento da natureza das tentações maior é a nossa vitória sobre elas. Como
diz em Ef. 6.11, “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais
estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.”
Que Deus te abençoe.